quarta-feira, junho 28, 2006

Teen Agers

- Bem, e então, como foi?
- Hun, como foi o quê?
- Oras, como foi com ela!

Virei o rosto do computador, onde eu visitava uma página idiota sobre programação de blog, e me virei para ele. Sei lá porque, me deu uma nostalgia. Há quanto tempo eu o conhecia mesmo? Quatro, cinco anos? Vai saber. Afinal, de que importava, afinal? Só provava que eu podia confiar nele.

- Ah, hm, ela ainda não respondeu a mensagem...
- Sim, mas... vocês se beijaram, oras! Isso deve dizer alguma coisa!
- Assim diz a voz da experiência...
- Eu vou fingir que não captei a sua ironia aqui, ok?

Voltei o meu rosto pro computador, em tempo de ver subindo o popup do então MSN. Ela havia logado. Quase que por instinto abri a janela de conversa, e me vi diante de uma tela branca, com o cursor piscando intimidadoramente para mim. Senti meu coração disparar, e o suor descer frio pela nuca.

Imbecil, não é ela quem está aqui na sua frente! É só uma tela de computador! Vamos, cite aqueles poemas de tuberculosos que você leu durante o segundo ano! Diga que adoraria contemplá-la adormecida, com os cabelos soltos, a luz do luar refletindo na sua pele pálida...

-
Bem, alguma coisa você vai dizer, não vai?

Antes, contudo, que eu pudesse pensar em falar algo, vi as tão características letras cor-de-rosa brotarem na tela:

'Oi, tudo bom?'
'É, tudo sim...'

Sim, e como continuar dali? Tinha mil perguntas pra fazer, tanto a dizer, tantas frases prontas desde a noite de quase insônia que tivera...

'Olha, eu não posso demorar, que a minha mãe tá chamando... mas pensei em te chamar pra ver um filme. Amanhã, sessão das três. Tchauzinho.'

- É... acho que alguma coisa isso vai dar...

sexta-feira, junho 16, 2006

Brain Storm

Brainstorm. A bright idea, sudden inspiration; attack of nerves.

Uma idéia brilhante, uma inspiração repentina; ataque de nervos. Porque a tela branca de postagem do servidor pode ser tanto inspiradora quanto causadora de verdadeiras crises emocionais.

Não há uma tradução - e nem precisa. Tempestade cerebral? É o que sinto quando escrevo. E escrevo "porque não consigo não escrever", como diria o Experimentador de um último romance que seria a sua vida. Escrevo porque as palavras fluem, correm rápidas pela minha mente e rodopiam, brincando com a minha percepção. E quando isso acontece - ah, quando acontece - aí sim eu posso dizer que tive um brainstorm. Um rompante de criatividade pura, pulsante, brilhante, ganhando vida.

E falar do quê? Das folhas farfalhando ao vento, do barulho da gota d'água no lago mais límpido, do som do sorriso de uma amante feliz? Eu posso falar de quase qualquer coisa - diga você.